Jean Schlumberger é meu muso eterno, uma delícia de ver, uma referência de estilo, criqatividade e qualidade. Não me canso de olhar seus desenhos e já fui várias vezes à Tiffany ver se tinha alguma ao vivo. Tem, mas poucas. Queria mesmo era uma exposição retrospectiva.
Joias são objetos de desejo, investimento e declaração de status. Além de ter valor afetivo. Mas nas mãos do designer Jean Schlumberger elas também são formas de expressão da natureza e fantasia.
Nascido na Alsácia, em 1907, foi nos Estados Unidos que ele iniciou sua carreira, “amadrinhado” pela poderosa Diana Vreeland, na Maison Couture da surrealista e excêntrica Elsa Schiaparelli. Depois se transferiu para a Tiffany, onde trabalhou de 1956 a meados dos anos 70.
Foi aí que seu talento encontrou solo fértil e matéria prima suficientes para realizar peças que vieram a se tornar emblemas da joalheria e o firmaram como um dos criadores mais influentes do século 20 no exigente setor joalheiro.
Suas joias misturam pedras, cores e metais, em temas sempre poéticos e invariavelmente inspirados pela natureza.
Aliás, “capturar a irregularidade do Universo” era o ponto de partida para peças únicas, exclusivas, extremamente sofisticadas e que transmitiam uma alegria de viver, que logo encontraram fãs ardorosas como a duquesa de Windsor e Jackie Kennedy.
Sem medo de ser feliz, Schlumberger foi capaz de adornar o maior diamante amarelo do mundo com um singelo passarinho enaltecendo a pureza da pedra em seu papel de protagonista.
Jean Schlumberger era um espírito raro que transformava a riqueza em beleza, equilibrando valor intrínseco e agregado, inspirando um gastar feliz e sem culpa. Impossível resistir. Beleza pura, sorriso da alma.