Existem objetos com design de tal maneira cotidiano que nem paramos para questionar sua autoria. É como se sempre tivessem existido. A cadeira de madeira curva com assento de palhinha, por exemplo. Por trás dela existe um nome que se confunde com a imensa produção do mobiliário do fim do século 19 e início do 20, Thonet.
Em 1796 nascia em Boppard, na região do Reno, na Alemanha, Michael Thonet. Filho único e determinado, o jovem Thonet simplesmente não aceitou seu destino natural de pobreza ao trabalhar em marcenarias locais. Aos 23 anos abriu sua própria oficina e, um ano depois, casou-se. Revertendo sua pequena e pobre origem, constitui uma família grande, com cinco filhos.
Grandes números tornam-se a característica deste negócio familiar gerido por Michael e os filhos que, incansavelmente, desenvolvem modelos e tecnologias de produção em massa e encontram seguidos nichos de mercado até alcançar seu ponto máximo de volume. Em 1912, em plena revolução industrial, atingem uma produção anual de 1,8 milhão peças ao ano.
O negócio da família Thonet é tão imenso, que não conseguimos escolher um destaque. O livro sobre o trabalho da empresa, escrito por Alexander von Vegesack (editora Rizzoli), mais parece um catálogo de expoentes do mobiliário internacional. Principalmente cadeiras. A cada página um flash, um hit. Inicialmente responsável pela solidificação do estilo Biedemeier, mais clássico, passando pelo Art Nouveau, sua técnica de curvar a madeira roliça, sólida, rapidamente migrou para o aço e o ferro nos sintéticos modelos da revolucionária Bauhaus.
Num estilo onde menos era mais, sobressaía a técnica, o esforço invisível. De modelos recortados em uma única chapa de madeira curva à cadeira em balanço que desafia a gravidade, tudo é leveza e qualidade nos pilares deste império.
Serviço:
Al.Gabriel Monteiro da Silva, 643 – São Paulo (SP)
Tel: (11) 3898-2233