Lina Bo Bardi

Lina Bo Bardi

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Lina Bardi, nasceu Achillina Bo, em 1914, na cidade de Roma. Casou-se com Pietro Maria Bardi em 1946 e no mesmo ano veio para o Brasil.

Embora trabalhasse com Gio Ponti em Roma, o arquiteto Lina, como gostava de ser chamada , não havia edificado nenhum projeto até chegar ao Brasil. Foi a “Casa de vidro” residência oficial do casal no Morumbi em São Paulo seu primeiro projeto a sair do papel.

Tida como a primeira casa a ser construída, em 1951, no bairro distante e afastado, a casa é uma ode à natureza, à criatividade e à característica que mais me encanta nessa criadora: a convivência entre conceitos aparentemente discrepantes como alta cultura e cultura popular, materiais brutos e sofisticação, conforto e arrojo e, em última instância, masculino e feminino.

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Lina soube como ninguém incorporar as tradições do artesanato a seus projetos, fosse na escolha de materiais, como a madeira bruta, na construção, utilizando encaixes de cravilhas até o acabamento, servindo-se de mosaicos de cacos de azulejo bem ao estilo popular.
Passear por essa casa linda, onde os tons de azul e principalmente o tom celeste colonial faz um elo de ligação entre os pilotis de aço, o piso de vidrotil, a estrutura dos móveis e o assento de lona das cadeiras, é mergulhar num universo criativo povoado por uma escultura romana de 5mil antes de Cristo e um “Polochon”, personagem inanimado que fazia parte do cenário que Lina criou para a peça Ubú Rei, do grupo Ornitorrinco, nos anos 80, ou seja, é uma viagem.

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Croqui cadeira tripé
Croqui cadeira tripé

Técnicas tradicionais como o entalhe sempre casados ao princípio modernista de despir o projeto e os objetos de decoração, deixando aparente as estruturas, a forma e função estampadas.

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Vestido tradicional mexicano em cenário modernista

Aqui, servindo-se de materiais quentes como o couro e os tecidos de algodão, além do convívio lado a lado de objetos vindo diretamente do uso corriqueiro como um banquinho caipira, Lina nos oferece um universo acalentador, com dimensões extremamente humanas.
Muito criticados, seus cavaletes transparentes feitos para expor as obras no Masp, substituídos pela atual disposição tradicional na parede deixam saudade de uma leitura pessoal e democrática de um “passeio” pela história da arte de uma maneira lúdica e sensível.

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No amplo salão, colunas e piso em vidrotil compartilham tonalidades de azul. Assim como a estrutura tubular das poltronas em primeiro plano.

Veneno arte burguesia, o trabalho de Lina é daqueles que amo, que mais do que ilustrar correntes são manifestções individuais, classificáveis como únicos.
Agende sua visita através do site do Instituto.
Não perca a oportunidade de participar um pouco do estilo de vida próprio e inspirador desse casal tão importante para as artes brasileiras.

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