Vamos tomar um chá? Essa frase é comum de ser dita e ouvida nos dias de hoje. Entretanto, quando os primeiros homo sapiens descobriram a folha de chá (cujo nome científico é Camellia sinensis), ela era mascada. Como benefícios, o chá aliviava o cansaço e a fome.
Foi apenas na China, alguns milhares de anos depois, que, por algum acaso, descobriu-se que a planta, quando jogada em água fervente, poderia também ser bebida.
No século 7, a prática de beber chá tornou-se tão popular que ganhou até um tratado. Mas somente no século 17 o chá alcançou a Europa, trazido por comerciantes que ficaram maravilhados com a bebida “milagrosa” que descobriram na Ásia.
A exportação delicada e custosa fez do chá um artigo de luxo. Seu consumo era restrito à população em geral, mas muito consumido pela realeza. “Tea parties” eram feitas com frequência nos palácios ingleses.
Maria Antonieta também amava chá. Quem não se lembra da cena em que a rainha toma chá com seu irmão e uma linda flor “desabrocha” na xícara, no filme de Sofia Coppola?
No Brasil, a planta foi trazida no século 19, mas apenas no século seguinte começou a ser cultivada e consumida. Tomar chá é uma arte. Desde seu preparo até sua apresentação.
Os ingleses até transformaram o ato em tradição, com o famoso chá da tarde, servido pontualmente às dezessete horas.
Na China, os bules são esculpidos em pedra e ganharam status de arte, enquanto no Japão o ato de tomar chá alcançou a qualidade de cerimônia. Agora sim, com a devida propriedade, posso convidá-lo: vamos tomar um chá?
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