Ao final do século 19, princípio do século 20, a Europa assistia à segunda revolução industrial. Paris era a capital do mundo e as novas tecnologias, assim como a produção em escala, incitava uma nova maneira de pensar a arte, criando espaço para a litogravura, cartazes e a proliferação de objetos produzidos pela indústria que deveriam ter um desenho sofisticado e racional.
A burguesia, o dinheiro novo que circulava a partir dessa nova classe industrial e comercial, queria morar bem, em casas decoradas e confortáveis.
Nascia o design, o pensar artístico sobre a indústria, a intersecção entre o belo e o prático. A Art Nouveau (arte nova, em francês) foi um movimento estético essencialmente voltado para o design e a arquitetura, e foi uma bela empreita de geometrização das formas da natureza, motivadas pelas belíssimas fotos de Karl Blossfeldt.
Ele revelou ao mundo formas sensuais e ritmadas, que foram gravadas, decalcadas em paredes, esculpidas em madeira e, principalmente, forjadas em metal.
Do metrô de Paris aos cartazes de Mucha, dos cafés de Praga às gravuras de Toulouse-Lautrec, chegando ao Brasil pelas mãos dos artesãos do Liceu de Artes e Ofícios e Eliseu Visconti.
Sinuoso e sensual, o princípio curvilíneo traduzido em arabescos vem inspirando criadores sensíveis como Miuccia Prada, Frida Giannini, da Gucci, e Barbara Hulanicki, da icônica marca Biba, que nos anos 60 usou o Art Nouveau como semente para suas lendárias lojas e seu logotipo.